Cientistas europeus criam método para medir o estado de consciência


Ciência cogninitiva
Pacientes desacordados, em estado de coma leve ou profundos ou aqueles que não respondem a estímulos são o principais alvo do estudo.

Os cientistas europeus estão a usar ferramentas tecnológicas únicas como um capacete especial com eletrodos e softwares para ajudar no desenvolvimento das ciências cognitivas, ou seja, o  estudo científico da mente ou da inteligência. 

O principal objectivo da pesquisa é descobrir se existe um estado de consciência em determinados pacientes que sofreram danos no cérebro e o que pode ser feito para minimizar o estado ou devolver a saúde mental deles.

O neurocientista e coordenador da equipa, Steven Laureys, afirmou que querem ser tão eficientes quanto possível na busca de meios para monitorar e estimular o cérebro dos paciente para isso estão vinculados ao projecto Europeu Luminous que financia o estudo e é coordenado em Barcelona.

Uma outra equipe do projecto, que actua fazendo testes e experimentos em pacientes de um hospital na Belgica, com a devida autorização das famílias, está direcionando o foco para medir o estado de consciência de pacientes. É o caso de, Evelyne, uma mulher belga de 39 anos de  idade, que ficou em coma em 2018 vitima de um aneurisma cerebral.

 O Aneurisma é uma dilatação ou deformação que se forma na parede frágil de uma artéria do cérebro, podendo causar pressão sobre um tecido ou nervo circunvizinho ou vazamento de sangue, fazendo aumentar significativamente a pressão na cabeça e reduzindo a irrigação no órgão, podendo levar à morte.

No caso dela, que vem sendo monitorada e recebendo tratamentos com estimulação do cérebro os cientistas estão optimistas, pois apesar de ainda não estar curada e se encontrar num estado definido como de consciência mínina, a paciente já presentou melhorias nas reações com seus familiares.

Testes

Na realização dos testes não invasivos, ou seja, que não causam dor ou dano ao paciente, os sinais eletromagnéticos são enviados a cada 20 minutos. Assim os investigadores simulam a plasticidade do cérebro (capacidade de se recuperar e funcionar) para ajudar os pacientes a recuperar algum do estado de consciência.

“Nosso objetivo é intensificar o grau de reatividade e fazer com que seja mais fácil para o paciente melhorar a memória e a atenção. No caso dos pacientes em estado de consciência mínima, será possível que mostrem alguns sinais de consciência”, explicou o Engenheiro Biomédico David Soria .

Os pesquisadores envolvidos no projecto informaram que até agora, pelo menos a metade dos participantes envolvidos no estudo têm mostrado alguns sinais de melhoria. Os próximos passos agora são para trabalhar na precisão dos sinais eletromagnéticos para cheguem a certas regiões do cérebro de forma certeira e eficaz.

Por Helena Santaca e Normélia Inguane

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